O futuro da produção (e-book)
Está no coração da economia e é uma das áreas que mais transformações tem sofrido ao longo do tempo. E as mudanças não vão ficar por aqui. A produção promete ser um dos setores onde os efeitos da inovação tecnológicae da digitalização mais farão sentir. Os especialistas consideram mesmo que estamos a falar de uma quarta revolução industrial, já apelidada de Indústria 4.0. As inovações já se começam a verificar, mas são esperadas muito mais alterações. Na forma como se produz e não só.
Para além do impulso dado pelo veloz desenvolvimento tecnológico a que assistimos, também as exigências colocadas pela atenção que é necessário dar à área da sustentabilidade e do mercado de trabalho estão a ter os seus efeitos transformadores na indústria.
A isto juntam-se questões conjunturais, como a atual enorme incerteza geopolítica, as altas taxas de inflação, a desaceleração económica, a escassez de mão-de-obra e as disrupções nas cadeias de distribuição. Desafios que obrigarão a um esforço acrescido da indústria para se tornar mais ágil, flexível e competitiva.
Tudo em conjunto irá produzir alterações nos métodos de produção, no respetivo impacto ambiental e social, e na forma como se trabalha. Estes são, porventura, os grandes eixos daquilo que será – e está já a ser – o futuro próximo da produção.
Novas tecnologias: o grande aliado
Para além da ameaça mais premente da crise económica e geopolítica a que assistimos no mundo ocidental, que exige que os produtores tenham flexibilidade e capacidade de resposta, o investimento tecnológico e a aposta na digitalização são fundamentais para que as empresas se mantenham competitivas e eficientes. Neste sentido, alguns analistas consideram que este momento de contração económica pode representar uma oportunidade na medida em que pode permitir aos fabricantes reinvestir lucros no desenvolvimento tecnológico para que, uma vez ultrapassado este momento de crise, possam tirar o maior partido possível disso.
Dentro daquilo que se denomina por inovação tecnológica, há muita coisa a acontecer em diferentes campos. Um deles é a Internet das Coisas (IoT – Internet of Things) a que, quando falamos de indústria, se dá o nome de Internet Industrial das Coisas (IIoT). Esta tecnologia permite que se possa conectar dispositivos de ambientes industriais e de fabrico, por forma a reunir dados que possam permitir melhorar os processos de produção. Exemplo dos possíveis benefícios são a otimização do desempenho e manutenção das máquinas, a redução do tempo de inatividade das mesmas e a antecipação de potenciais problemas para encontrar forma de os poder prevenir. A quinta geração de dados móveis (5G) será, aí, uma grande aliada.
Também as tecnologias relacionadas com a realidade aumentada e virtual desempenharão um papel cada vez mais importante, nomeadamente no que diz respeito ao aperfeiçoamento do design dos produtos, melhor planeamento da produção e potenciação das competências dos trabalhadores.
Da mesma forma, e ainda que o ser humano vá continuar a desempenhar um papel central, a verdade é que a automação tem vindo a assumir um papel cada vez mais preponderante na indústria transformadora. O seu papel não é forçosamente de substituição de mão-de-obra, podendo até ajudar a potenciar a performance dos humanos. Mas no futuro da produção constam certamente unidades fabris totalmente automatizadas, algumas até sem necessidade de qualquer intervenção humana.
Outro exemplo de inovação com grande impacto potencial na produção é a impressão a três dimensões (3D). À medida que esta tecnologia se vai tornando mais barata, eficiente e escalável, os fabricantes poderão fabricar cada vez mais com este método. As vantagens são várias. A impressão 3D permite usar menos materiais e gerar menos desperdício do que os métodos tradicionais de fabricação, torna mais fácil a personalização dos produtos e poderá impulsionar a inovação, graças à prototipagem rápida.
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Aposta na qualidade da mão-de-obra
Não é nenhum segredo que na indústria, como em tantas outras áreas, cada vez mais se luta para encontrar funcionários qualificados e qualificados, não só por dificuldades de retenção como porque há uma enorme escassez de mão-de-obra em muitas áreas.
Esta realidade implica um esforço por parte das empresas para tornar mais atraente o trabalho na indústria. Tal passa, por exemplo, por capacitar os funcionários para desenvolver tarefas que possam ser mais aliciantes, criar maiores perspetivas de progressão na carreira e promover a formação dos trabalhadores.
No mundo atual, um dos pontos importantes deverá ser o de preparar os trabalhadores para adquirirem competências na área das tecnologias e formá-los para utilizar ferramentas como a automação para simplificar processos de produção e reduzir tarefas repetitivas e demasiado exigentes fisicamente.
Por outro lado, ainda que na indústria a liberdade para o trabalho à distância seja muito inferior à dos serviços, é possível encontrar outras formas de oferecer aos trabalhadores um ambiente de trabalho mais flexível. Tal pode passar pelo recurso a turnos ou pela possibilidade de adaptar o exercício das funções às necessidades de cada trabalhador, sem comprometer a produtividade. Pelo contrário, este tipo de políticas tende até a aumentar o desempenho e motivação dos colaboradores.
Uma produção sustentável
A sustentabilidade está na agenda das empresas e este setor não é exceção. A transição ecológica na produção implica implementar melhorias significativas nos processos de produção, na eficiência e nos materiais utilizados.
A pressão para uma mudança vem das instituições políticas, reguladores e, não menos importante, dos clientes. O consumidor está hoje muito mais informado e, portanto, muito mais exigente. Para além do preço e da qualidade dos produtos que compram, a forma como estes foram produzidos, em termos de impacto ambiental e ético, é cada vez mais valorizada.
O futuro da indústria passa, por isso, por uma transição que se vai observando de uma economia predominantemente linear para a economia circular. Os produtos querem-se sustentáveis, reutilizáveis e recicláveis, com a cultura do descartável do passado a perder cada vez mais força. A produção terá de diminuir a sua pegada ambiental em toda a cadeia de valor e as empresas têm de se focar na eficiência operacional, na otimização do uso de energia e matérias-primas, na redução de perdas de material e na menor produção de resíduos.
Relatório sobre o estado da economia circular.
Fabricantes e distribuidores procuram mudanças sustentáveis
Este ano que agora começou é sinónimo de tempos difíceis (pela conjuntura económica e geopolítica), impiedosos (pelo elevado nível de competitividade existente) e exigentes (por todas as frentes em que é preciso atuar).
Encarar estes desafios como oportunidades e abraçar as mudanças que se avizinham é fundamental para não se ficar para trás e garantir um lugar ao lado da concorrência.
Nota do editor: Este foi publicado anteriormente e atualizado em 2023 pela sua importância.