Como os CFO estão a mudar com a tecnologia (Parte 1)
A natureza das finanças está a mudar radicalmente. A velocidade dos negócios e o aumento do volume de dados significa que os CFO (Chief Financial Officers) têm pouco tempo para observar o que os concorrentes estão a fazer, enquanto esperam que a mudança seja implementada na sua própria organização.
A tecnologia pode capacitar os CFO a atingirem as metas de negócio, já que eles são fulcrais na tomada de decisão diante da mudança das necessidades dos clientes e das novas ameaças competitivas. Em última análise, o CFO deve ser considerado o “guardião económico” – a pessoa que está lá para direcionar, fornecer conhecimento e estabelecer medidas dos resultados do negócio.
“Vemos o CFO como o braço direito do CEO para ajudar a garantir que a estratégia está apta, de forma a chegar a um resultado que analistas, colegas e investidores possam medir e compreender”, disse Steve Culp, Diretor Administrativo Sénior dos Serviços Financeiros da Accenture, na conferência CFO Rising, deste ano, em Londres.
Desde 2003, a Accenture tem vindo a observar como é que o papel do CFO mudou com a análise de tendências e conhecimentos sobre como podem ser mais eficazes com a tecnologia. Para fornecer evidências do seu mais recente estudo sobre o CFO, a consultora falou com mais de 700 CFO a nível global e 200 promissores CFO de última geração.
A Accenture encontrou cinco forças que estão a alterar o papel do CFO:
- Expectativas crescentes
O papel do CFO está a mover-se para a linha da frente. Além do trabalho com a própria unidade de negócio, os CFO interagem com analistas externos e com os clientes – já não se focam simplesmente no fecho do mês. - O ritmo da mudança na tomada de decisão
É difícil imaginar um mundo sem dispositivos móveis e conectividade – o ritmo e o fluxo das comunicações de dados explodiram e só continuam a aumentar. Nos próximos cinco anos haverão, provavelmente, mais mudanças do que nos últimos 30 – isto é um verdadeiro desafio para o CFO. - Controlo e conformidade
Na última década, desde a última crise financeira, muito tempo foi gasto na agenda regulatória. Hoje, mais do que nunca, não se trata apenas de dinheiro e lucro – as empresas têm de servir os clientes com controlos regulatórios incorporados – não são agendas separadas. - O poder da informação
O aumento de volume de dados requer novo foco e recursos. Agora, a tecnologia digital capacita os CFO a moldar a estratégia através de um pensamento de alto nível, possibilitado pelas perceções obtidas a partir dos resultados dos dados. - Resultados
Os CFO foram sempre pressionados a mostrar crescimento e lucro. Em tempo de negócios mais desafiantes, isto geralmente requer um pensamento fresco e inovador.
Além disso, a Accenture acredita que há três áreas principais de foco para o atual CFO.
- Manter o controlo e fazer as contas baterem certo
Os líderes financeiros podem garantir que débitos, créditos, ativos, passivos, produtos e relatórios estatutários sejam feitos. As contas têm de bater certo, no final, e devem ser controladas. Os CFO têm como responsabilidade principal dirigir a organização financeira. Isso sempre foi verdade, mas hoje deve apenas ocupar cerca de 20% – no máximo – do seu tempo. - Ser o braço direito do CEO
Hoje, os CFO precisam de ajudar os CEO a orientar e executar mudanças gerais nos negócios, fornecendo informações e análises para garantir que os resultados sejam alcançados e que a economia seja sustentável. - Contar a história do valor digital
Das três áreas de foco para um CFO, esta é a mais recente. Todas as organizações estão a fazer investimentos significativos em plataformas, ferramentas e sistemas digitais. O CFO tem o papel de garantir que o ritmo e a escala dos investimentos façam realmente sentido quando se trata dos resultados e da estratégia geral.