Como implementar uma política de open innovation?
A inovação é a principal ferramenta para superar a crise. É o que está em jogo nesta recuperação económica. De facto, 59% das PME e 64% das grandes empresas partilham esta visão de acordo com o Barómetro da Inovação 2021 da Leyton. Quer seja para melhorar a retenção de clientes, a eficiência operacional ou o impacto ambiental e social, as empresas raramente se podem contentar em fazer algo novo a partir de algo antigo. Porém, com uma estratégia de open innovation, se esta consistir em utilizar as inovações existentes para integrá-las na sua atividade, pretende-se, acima de tudo, assumir um ecossistema aberto. Aqui estão algumas explicações.
O que é uma abordagem de open innovation?
Este conceito foi lançado em 2003 por um professor americano chamado Henry Chesbrough. Qual o seu lema? Para responder a novos mercados e concorrentes emergentes, as empresas devem inovar mais e mais rapidamente. No entanto, nem sempre são capazes de suportar estas necessidades de inovação sozinhas através do seu departamento de I&D, devido aos riscos envolvidos e aos seus recursos limitados. Com uma política de open innovation, uma empresa abre-se a intervenientes externos (clientes, fornecedores, universidades, parceiros tecnológicos, start-ups, etc.) ou internos (colaboradores externos ao departamento de I&D, tais como gestores de produto ou pessoal de vendas) para enfrentar os novos desafios da inovação.
Quais são as vantagens da open innovation?
A open innovation torna possível reunir experiência e know-how a um custo mais baixo, mas também inovar com mais rapidez. Por exemplo, pedir apoio a uma start-up, cuja agilidade lhe permite focar-se num projeto sem ser travada por processos rígidos e cadeias de decisão lentas, oferece à empresa a possibilidade de acelerar o desenvolvimento de novos produtos e assim conquistar novas quotas de mercado. Ao colaborar com outros intervenientes, a empresa não tem de formar os seus próprios colaboradores para que adquiram novas competências.
Desenvolvida internamente, estimula a criatividade dos seus colaboradores e estimula a capacidade de inovação da empresa. É também uma oportunidade para fortalecer a sua cultura corporativa e o seu cunho como empregador, atraindo jovens talentos que anseiam pela inovação.
Quais são as melhores práticas para implementar uma estratégia de open innovation?
A empresa deve começar por definir a sua estratégia de open innovation. Com quem é que ela pretende colaborar? Sobre que assunto? Com que meios? Com que frequência? A abertura será total, parcial ou gradual? Quais são as prioridades?
Não pode haver inovação de sucesso sem diversidade. É, portanto, essencial reunir o maior número possível de novos olhos, ou seja, pessoas com diferentes competências, culturas, abordagens e expectativas. Tendo isto em mente, dar às partes interessadas, tanto internas como externas, a oportunidade de expressar seus desejos e sugestões relativamente a novas funcionalidades ou desenvolvimentos de produtos através de uma plataforma de ideação colaborativa.
A implementação de uma abordagem de open innovation também requer um trabalho significativo de sourcing. A empresa pode recorrer a laboratórios de inovação, programas de aceleração, incubadoras, fundos de investimento ou grandes feiras internacionais para encontrar empresas com as quais trabalhar. Outra alternativa eficaz é a organização de concursos, tais como FabLabs, hackathons, Startup Weekends, para identificar start-ups e tecnologias promissoras.
Há algum obstáculo a esta abordagem?
Um dos principais perigos da open innovation é obviamente a proteção da propriedade intelectual. Para evitar cair nessa armadilha, é portanto essencial contratualizar a colaboração. Para que cada entidade possa trabalhar com confiança, as expectativas e diretrizes da parceria devem ser explicitadas desde o início e ser alvo de um acordo formal.
Por vezes, a agilidade natural das start-ups não se encaixa bem com a rigidez das empresas maiores, o que constitui um obstáculo. Por isso, é importante conseguir que todas as partes cheguem a um acordo prévio sobre as etapas da parceria e coordenem as agendas da melhor forma possível.
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